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Wednesday 30 January 2013

Sotôr!

Há uns tempos, aqui na minha zona, havia um pedinte que praguejava incessantemente algo como: por amor de Deus, mas ninguém me pode dar uma ajuda? Não era um praguejar baixinho, saído do desespero e da tristeza, mas uma súplica rude para todos aqueles que também têm a sua vida para ganhar, como se todos tivéssemos obrigação de lhe dar uns trocos, apenas porque nos cruzávamos com ele no caminho para o metro.
Ontem descobri um pedinte erudito que anda com um blazer vestido e que, tanto quanto vi, aborda apenas pessoas de cabelo grisalho/branco, tratando-as por sotôr ou sotôra, provavelmente numa tentativa de lhes transmitir alguma confiança, enquanto as persegue durante cem metros, mesmo depois de elas repetirem que não têm nada para dar.
Mas achei piada e fiquei intrigada com o local onde, eventualmente, o homem terá desencantado tamanha peça de vestuário.

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