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In other words...

Tuesday 31 December 2013

2013 em números

6 - o número de padrinhos que tivemos no nosso casamento

8 - o mês em que uma das pessoas de quem mais gosto finalmente voltou do outro lado do oceano e foi a correr para Lisboa, para nos juntarmos todos num longo fim de semana de celebrações

9 - a quantidade de gente à mesa em casa dos meus pais nas não muitas ocasiões em que nos sentamos todos à mesa: pais, irmãos e marido/mulher/cunhados

11 - o número de meses que levei, desde que acabei de escrever um livro, até ter coragem de o publicar (apenas online)


12 - o mês de um grande sim que prolongar-se-á pelos próximos tempos

23 - a hora a que quero ir para a cama, mas em que começo a ter um fanico porque não o consigo nunca

25.05 - o dia do meu casamento, um dos dias mais felizes que já vivi, especialmente por ter sido uma festa como suspeito que não voltarei a ter: as famílias e os amigos todos reunidos, juntos por uma mesma razão - eu e ele


29.10 - o dia de dois grandes acontecimentos (especialmente para mim e para o meu afilhado) que, para já, têm trazido ótimas consequências

111 - o número do nosso processo de casamento

2013 - um ano que, para quem nisso acredita, poderia significar azar, mas que, pelo menos a mim, trouxe algo a que não sei se será justo chamar sorte, porque trabalhei e luto todos os dias para o alcançar. Será difícil dizer-lhe adeus, deixá-lo ir depois de tudo o que me ofereceu sem pedir nem levar nada em troca, mas atrevo-me a dizer, sem pretender desrespeitá-lo, que anseio por 2014.

Au revoir, 2013

Receei a chegada de 2013, não sem alguma razão: 2012 foi um ano tão fantástico, tão cheio de coisas boas, que dificilmente alguém acreditaria voltar a ter a sorte de mais 365 dias tão bons. Mas a verdade é que 2013 não lhe ficou atrás. Aliás, se compararmos as negatividades de um e de outro, este último ficou a ganhar largamente: até as idas ao hospital foram por muito boas razões (não, ainda não há bebés a caminho).
Este ano que passou foi mais ligeiro em termos de viagens, mas voltei a viver três dias na minha cidade, num estágio de lua-de-mel, e conheci um bocadinho mais deste país onde nasci e cresci e do qual aprendi a gostar tanto como se gosta de um bom livro.
Ganhei um marido a quem ofereci um par de sogros e uma catrefada de cunhados, enquanto que recebi a mesma quantidade de sogros (vocábulo que ainda não me habituei a usar) e um muito mais ínfimo número de cunhados. Fiquei a perder largamente até porque, na minha opinião muito pouco imparcial, os que lhe dei são de qualidade muito superior…
Foi um ano cheio de casamentos, de casais felizes, de lágrimas mal disfarçadas e de muita dança.
Perdi 4 quilos mas consegui recuperá-los (e que bem me soube!)
Ao fim de um ano, reuni toda a coragem necessária e, finalmente, publiquei online, o livro que escrevi.
Larguei, finalmente, um semi-emprego do qual não gostava nada, que não me preenchia e que estava muito aquém daquilo que gosto e sei fazer, para abraçar aquele que, sem o saber, foi feito para mim e à minha medida.
Descobri que, ao contrário daquilo que pensava, não é impossível nem, para ser honesta, verdadeiramente complicado, conectar com outras pessoas e deixá-las passar ao estatuto de amigos para além dos 20 anos. Dá mais trabalho porque há muita história para contar e muita história para ouvir, mas é uma das razões por que sabe tão bem.
Cheguei a um ponto de viragem da minha/nossa vida em que cada dia é um desafio, um entusiasmo, uma ansiedade positiva que obriga a sorrir, porque olhando quer para trás quer para a frente, é impossível não constatar que tudo o que conseguimos reunir com uma braçada é, sem qualquer dúvida, muito melhor do que alguma vez poderíamos ter sonhado.
Passou-se mais um ano e tenho a imensa sorte de poder repetir que sou feliz todos os dias. Se sou feliz a cada momento de cada dia? Hoje posso dizer que sim, sou. Porque por uma qualquer razão que desconheço (e graças aos morosos ensinamentos do meu marido) o que é bom na minha vida tem uma presença tão forte, tão poderosa, que sou quase incapaz de prestar demasiada atenção ao que não o é. Sorrio, sorrio mesmo muito, e rio quase tanto.
Que 2014, com todas as mudanças que promete, seja pelo menos tão bom como 2013. Melhor, se possível.

Feliz 2014!

Sunday 29 December 2013

Coisas que só me acontecem a mim - mas que não deviam (em constante atualização)




  • Baixar o braço com a graciosidade que me é característica e embater brutalmente com o cotovelo no vértice de uma gaveta aberta. O buraco sangrou pouquinho, mas o suficiente para manchar a roupa.

  • Descascar abóbora e cortar-me não na faca mas... na própria da abóbora.

  • Levar um murro na testa porque o meu marido se espreguiçou sem saber que eu estava atrás (na diagonal) dele.


  • Achar boa ideia usar a máquina depiladora para tirar os pêlos que unem uma sobrancelha à outra, por cima do nariz. E ficar queimada, como era de esperar, durante algumas semanas.

  • Pegar na raquete e na bola, no ténis, para fazer um serviço e apanhar com a bola direitinha na testa. Tal como acontece às crianças quando começam a aprender a jogar com raquetes.

  • Estar a andar no passeio e fechar os olhos enquanto contava três passos vezes três, para que algo que queria muito que acontecesse de facto acontecesse. Abri-los de repente ao sentir a mão arranhar-se impiedosamente no muro rugoso à minha direita, com duas filas de carros parados à minha esquerda. Não sou supersticiosa. Só tenho muito más ideias sangrentas.

  • Falar ao telefone enquanto caminhava e olhava para o lado (armada em super mulher multi-tasker) e embater com as partes baixas contra um pilarete no meio de uma rua cheia de gente. Doeu, foi humilhante, mas foi sobretudo hilariante. Para quem viu e para mim.

Tuesday 24 December 2013

Feliz Natal!


Hoje apetecem-me bolachas de gengibre, queijo da serra, pinhões, bacalhau com muito azeite, leite-creme, chuva, uma lareira, família, músicas de Natal, conversas, reencontros, presentes dados e recebidos, um beijo dele, chá, jogos de cartas, fotografias e a nossa árvore de Natal iluminada. Hoje apetece-me Natal.
Feliz Natal!


Sunday 22 December 2013

Jantar de Natal em família

Pertenço a várias famílias, todas elas interligadas, de uma maneira ou de outra. Tenho aquela no seio da qual nasci, que inclui os meus pais, os meus irmãos e a minha irmã e, agora, a minha cunhada e o meu marido. Tenho ainda a família mais alargada, que engloba os avós, os tios e os primos. Tenho a que construí só com ele, a que mais me orgulha porque é fruto da nossa vontade diária, só nós os dois. Tenho, desde antes ainda do casamento, a dele, dos pais, do irmão, dos imensos tios e primos. E tenho, também, a dos nossos amigos que, longe ou perto, estão sempre presentes quando é preciso.
Ultimamente já quase não sobram elementos na nossa cidade original, alguns emigraram dentro do país, outros para fora e ainda há mais a planear fazê-lo. No entanto, há um dia por ano, pelo menos, que nos obrigamos a passar juntos. Não é um dia fixo, escolhemo-lo de acordo com as disponibilidades de cada um, mas é um acontecimento que surgiu por acaso e agora tem uma importância inquestionável para cada um de nós.
Todos os anos fazemos um jantar de Natal em família, onde não podem faltar as melhores caipiroskas do mundo e arredores, as velas, as músicas de Natal, as fotografias e as gargalhadas intermináveis.
Hoje, uma vez mais, juntamo-nos porque tivemos a sorte de, algures, a vida nos ter juntado assim.

Thursday 19 December 2013

Passo a passo

Encaramos constantemente momentos decisivos, mudanças de rumo de relevância variável, assumidas de acordo com o estado de espírito com que as recebemos. O primeiro par de saltos altos, um novo furo na orelha, o dia em que decidimos emagrecer, o rapaz que conhecemos para ser nosso namorado, um amigo novo, um emprego, uma casa, um filho...
O mundo conjuga-se, incansável, para acalentar a nossa natureza de ser eternamente insatisfeito, que almeja sempre um novo patamar e, assim que o alcança, desfruta-o intensamente durante o tempo em que o entusiasmo sobreviver, até começar a sonhar com o passo seguinte, tendo em mira o próximo patamar.
Ciclicamente, giramos em picos de ansiedade e de estagnação de forma a, pouco a pouco, sairmos do mesmo lugar onde começámos esta viagem.
Há, no entanto, o momento suspenso da espera determinada. Queremos o sim, em último caso o não. Nunca o talvez.
Bem-vindos ao meu presente.

Tuesday 17 December 2013

O tempo certo


Fez na semana que passou anos que nasci um mês antes do previsto. Passei uma grande parte da minha vida sem prestar grande atenção a esse fenómeno, à exceção da noção convincente de que foi graças a ele que fiquei assim pequenina.
Até que, há cinco anos, por uma conjugação brutal de coincidências e acasos, o conheci. E percebi, então, o porquê de ter vindo mais cedo.
Se tivesse completado os nove meses de gestação teria nascido em janeiro e não em dezembro, logo, teria nascido no ano seguinte e não teria entrado para a escola um ano antes. Consequentemente, teria esperado mais um ano para entrar na faculdade e, tal como previsto, teria feito Erasmus no meu terceiro ano de faculdade. Como fiz. A diferença seria que o meu terceiro ano de faculdade não coincidiria com o quinto dele, o ano que ele escolheu para fazer Erasmus no mesmo país, na mesma cidade que eu. Não nos teríamos cruzado na mesma residência e não nos teríamos conhecido, porque enquanto ele estivesse a viver na minha cidade, eu estaria ainda aqui a sonhar com o ano seguinte.
Acredito que, no fundo no fundo, nasci para o conhecer, ainda que, para isso, tenha tido de prescindir de alguns centímetros.

Monday 16 December 2013

Sou bastante incapaz de andar com as unhas por arranjar - uma mania que me ficou dos verões passados com a minha prima, cujas unhas estavam sempre impecáveis. Embora não seja uma compradora compulsiva de nada, os vernizes, mais do que roupas, carteiras ou sapatos, são a minha perdição, porque há sempre uma tonalidade diferente, um acabamento inovador que ainda não tenho e a minha coleção lá vai crescendo e acumulando uma paleta de cores muito próxima do completo.
Ultimamente essa mania tem-se alargado a batons. Sempre usei lipgloss, mas nunca me duravam muito tempo nos lábios porque acabavam sempre colados aos cabelos. E, vá-se lá saber porquê, os dias em que pintava os lábios eram sempre ventosos. Até que descobri a magia dos batons, essa maravilha que basta aplicar uma vez de manhã e sobrevivem a beijos, a comida e a bebida.
Portanto, quando tive diante de mim a oportunidade de escolher uma qualquer prenda de anos, foi este saquinho que elegi para a minha não melhor amiga me dar.




Durante os próximos tempos não me posso queixar.

Saturday 14 December 2013

Sábado de manhã


O Porto é um dia de sábado de manhã com sol, em que se sai da cama diretamente para rua onde se tira o casaco porque, apesar de estarmos quase no inverno, está um calor atípico não abafado mas fresco. Passa-se pelo vendedor de castanhas, pelas lojas tradicionais abertas, pelos cafés fumegantes de aromas a um beijo doce e pelos edifícios novos e velhos que se misturam indiferentes à diferença de gerações.
O Porto não é uma cidade emblemática. Não deve haver ninguém que afirme não querer morrer sem ver a Câmara do Porto e a Avenida dos Aliados, sem passar na Rotunda da Boavista ou sem se debruçar sobre uma das pontes para ver o rio e as duas cidades. Não, o Porto é uma cidade carismática, com a sua idade avançada, orgulhoso de uma vida rica de passagens, de estadias, de descobertas e de vitórias. É uma cidade cansada e vibrante, luzidia e a preto e branco, cheia de sol e de sombras. É uma cidade de festa, de reencontros, de tradições.
O Porto pode não ser o rosto que recebe as novidades, os artistas famosos, as cadeias de cafés, de restaurantes ou de lojas de renome, porque prefere os recantos atípicos e acolhedores onde se entra e de onde não apetece mais sair, como a Casinha Boutique Café, uma outra dimensão de conforto sinestésico no meio da azáfama de carros, autocarros, pessoas e comércio. Um dos locais perfeitos para se passar uma manhã de sábado no Porto.

Tuesday 10 December 2013

Recados na net

Já todos nós tivemos vontade de escrever - e se calhar fizemo-lo mesmo - um bilhete ao vizinho de cima que martela com os sapatos no chão ao chegar a casa (ao melhor estilo do Bocage das anedotas), ou à vizinha que estaciona o carro tão colado ao nosso que nos obriga a entrar pela mala.
Sim, porque embora prefira a segurança de um prédio à de uma moradia, tenho preferência por vizinhos mudos e tetraplégicos.
Ao que parece, a moda dos post-it's na janela do carro ou no espelho do elevador é demasiado século XX, já ninguém usa. É o Hi-5 das vizinhanças, que foi visivelmente substituído pelo facebook destas andanças: os recados nas redes de net. Normalmente atribuímos à nossa net caseira um nome que nos ajude a identificá-la melhor do que os códigos que vêm de origem, tal como Marta e André, ou HeloKitty91. E há quem, para fazer as suas queixas, as escreva nesse campo do id.
Ora vão lá ver se não encontram na lista de redes disponíveis uma chamada a vizinha do 4ºD urra, não ri, ou os vizinhos do 6ºG já faziam terapia, ou, até, no 1ºEsq às 3ªas feiras às 21h15....
Para mim não funciona, que vou direita à minha sem prestar atenção às outras, mas um dia ainda tenho um amigo a tentar aceder à minha net no telemóvel e a entrar um bocadinho mais na minha intimidade.
Talvez seja essa a eficácia do método.

Saturday 7 December 2013

Break a nail

Esta semana imbuí-me do espírito Barbie, mas só consegui passá-lo para as unhas.

Verniz Le Petit Cliché Apuro + 3 in 1 Shine Kiko


Friday 6 December 2013

Peça de um puzzle



Tenho uma utopia já desde há alguns anos. Talvez tenha sonhado com ela, talvez a tenha apenas criado durante a adolescência quando me sentia uma incompreendida, talvez ainda precise dela de vez em quando. O que é certo é que penso muitas vezes em como seria ter alguém cem por cento compatível comigo; alguém que pensasse da mesma maneira que eu, que alinhasse nas minhas loucuras, que me deixasse deprimir quando é preciso, que não me julgue quando como de mais nem quando como de menos, que se ria das minhas piadas sem que tenha de explicá-las, que sinta tudo como eu.
De cada vez que partilho esta ideia com alguém, dizem-me sempre que seria uma monotonia, nem precisaríamos de interagir. Mas às vezes saber-me-ia bem este conforto.
No entanto, há um fenómeno na minha vida, transversal às suas várias etapas, que contradiz isto em absoluto: nunca fui muito capaz de me relacionar com pessoas da mesma área de estudos/trabalho que a minha. Para distanciar um pouco mais a identificação, dou-me maioritariamente com gente mais velha. Basta-me olhar à minha volta para me surgirem logo vários exemplos que o corroboram.
Quando comecei a trabalhar nesta empresa, com colegas equivalentes a mim, achei que seria, naturalmente, com eles que me daria mais, com quem partilharia experiências de estudo e trabalho, sobretudo por trabalharmos na mesma sala e por conhecermos as mesmas pessoas. Contudo, o que constato agora é que, por uma sucessão encadeada de enormes acasos, dei por mim a dar-me e a identificar-me cada vez mais com um grupo de gente que trabalha na outra ponta da empresa, numa área que em nada coincide com a minha e, para que o hábito não seja desonrado, tem pelo menos mais quatro anos do que eu.
O mais incrível é que, com tantas diferenças, com um fosso de idades que até podia tornar-se relevante, tendo em conta o estado da vida de algumas daquelas pessoas quando comparado com o da minha, sinto-me perfeitamente encaixada no meio deles, como se tivessem estado à minha espera e, ao ver-me, me tivessem puxado enquanto diziam "ah, cá estás, finalmente; ficas aqui, neste cantinho da imagem".
Não estou muito habituada a pertencer a algo, assim, logo à partida. E é essa uma das razões que me fazem encarar esta nova fase que acabou de começar com um ânimo que, de outra forma, não teria.

Tuesday 3 December 2013

Balancé


Sofro demasiado por antecipação. Não é uma coisa de agora, não aconteceu nada para que tenha passado a ser assim, simplesmente é, desde muito cedo. Sou capaz - e não são raras as vezes em que tal acontece - de dar por mim a chorar (não desalmadamente, mas a verter algumas lágrimas dolorosas) ao pre-sentir aquilo que sentirei se/quando alguma coisa acontecer. E essa coisa pode até nem acontecer.
Acontecia-me isto com a aproximação de um exame importante, aconteceu-me com a chegada da data da defesa do relatório, acontece-me com as entrevistas de emprego e com a possibilidade de ficar, por uma semana que seja, afastada do meu marido.
Uma pequena possibilidade começa a moer-me a cabeça e o corpo, não me larga, impede-me de a abandonar, deixo-a crescer de tal modo que dói por dentro e por fora. Antecipo tudo o que vai correr mal, tudo aquilo que poderia ter e que vou deixar de ter, imagino as responsabilidades e preocupações que não tinha e que vou passar a ter e é assim que acordo e me deito, enquanto essa indecisão durar.
Talvez fosse este o primeiro aspeto que alteraria em mim, se uma fadinha mágica me surgisse à frente com três desejos para me conceder.
Por outro lado, também sou menina de, perante a possibilidade de algo bom vir a ter lugar, embandeirar em arco e assumir que tudo vai correr não bem, mas da melhor maneira impossível. Crio expectativas brutais, daquelas tão elevadas que causam vertigens, e vou, assim, alimentando os meus dias de ilusões.
Talvez este fosse a segunda alteração que pediria à fadinha: deixar-me de extremos e saber encontrar um ponto de equilíbrio para tudo.

Saturday 30 November 2013

A saga dos presentes


Todos os anos, assim que passa o Natal e começam os saldos de inverno, decido que no ano seguinte vou fazer as compras de Natal nos saldos anteriores, no início do ano. Fica mais barato e fica tudo tratado com uma antecedência brutal, sem ser preciso andar às últimas a correr para as lojas.
E todos os anos decido adiar essa decisão para o ano seguinte, porque depois do Natal, a última coisa que quero fazer é compras para o Natal seguinte.
Este ano comecei a tratar de tudo em novembro, para poder procurar com calma, paciência e dentro de muita oferta, os presentes mais adequados a cada uma das minhas pessoas.
Neste momento faltam-me cinco, sendo três delas as mais complicadas. Mas ainda não estamos em dezembro, pelo que vejo a situação bastante bem encaminhada.

Thursday 28 November 2013

A ciência dos cabelos encaracolados

Quando o meu cabelo estava comprido (basicamente a maior parte da minha vida até ao fabuloso - sem qualquer ironia - dia em que decidi cortar-lhe meio metro de comprimento) demorava horas a lavá-lo. Na verdade, lavá-lo não era o grande problema, porque aplicar o shampô num cabelo comprido ou curto é mais ou menos a mesma coisa. O problema surgia no momento de aplicar amaciador (duas grandes postas) e de o pentear. Era de chorar! Tenho muito cabelo que é ondulado e, ainda por cima, muito espesso. Nalgumas alturas formavam-se nós que não conseguia desfazer nem com o melhor dos pentes e mais uma camada de amaciador, só mesmo arrancando-o. E fartei-me de arrancar cabelos.
Fora esse momento terrível, só penteio o cabelo com escova enquanto ainda está molhado, depois de pôr um creme anti-frizz nas pontas, que nem sempre funciona. E este fenómeno deixa sempre as pessoas aparvalhadas com o facto de eu não chegar - não por opção, mas porque não posso mesmo - uma escova ao cabelo a menos que esteja ainda quase a pingar.
Até hoje pensei ser única no mundo, mas acabei de descobrir que há por aí uma legião de mulheres de cabelo encaracolado que vivem mais ou menos o mesmo dilema diário que eu.

Monday 25 November 2013

Isto do casamento 9 - O copo d'água

Um dos jardins da quinta, com decorações muito simples



























Adorei a primeira quinta que visitámos, logo ainda em junho, quase um ano antes do casamento. Estava pronta para fechar a data com o senhor que, muito sabiamente, nos aconselhou a visitarmos mais algumas e não nos ficarmos logo pela primeira.
Andámos algumas semanas a ver decorações pirosas, sítios caros e ementas que não nos agradavam, que já nem tínhamos paciência para as duas marcações que tínhamos num fim de semana de verão. Não estava demasiado entusiasmada com a quinta, tendo em conta as últimas experiências, mas lá fomos, arrastando uma das madrinhas.
Assim que saímos, cerca de quarenta e cinco minutos depois, olhámos uns para os outros e concordámos: É esta. Já nem fomos à reunião seguinte.
Uma das coisas boas da Quinta do Mocho é que tem contrato com o catering Gémeos Refresh. Para mim, que não o conhecia nem, tenho de admitir, a mais nenhum, pareceu-me ótimo. Mas entretanto comecei a investigar e descobri que são uns dos favoritos da zona norte e que foi uma sorte ter-nos calhado a nós. E, na verdade, ao longo de todos os preparativos, durante o dia e mesmo depois, o dono da empresa foi impecável, fez-nos os melhores negócios possíveis, indicou-nos o DJ e mais um ou outro colaborador, e deu-nos uma data de sugestões não só para poupanças económicas mas também em relação à gestão do dia, para que tudo corresse da melhor forma.
Pedi-lhe - exigi, a bem dizer - que não houvesse vestígios de três ingredientes e ele respeitou o meu pedido com imenso cuidado. Um homem super ocupado, mas sempre disponível e muito profissional.
A quinta, com os nossos retoques e indicações, ficou exatamente como nós queríamos e o serviço foi excecional: todas as comidas e bebidas eram de ótima qualidade e perfeitamente confecionadas e a equipa toda trabalhou tão bem que quase nem se deu por ela.
Posto isto, recomendo, se for caso disso, os Gémeos Refresh. A Quinta do Mocho não, porque ninguém quer saber de outros casamentos - muito menos ver - no sítio do seu.

A entrada: crepe de marisco

O prato de bacalhau, que tinha uma outra opção de peixe e ainda outra de dieta

Sim, fizemos o comboínho, liderado por mim.

Sunday 24 November 2013

Foi assim que me vesti (6)


Acabou-se o estigma contra as mini-saias. Se bem usadas são giras, são elegantes e aumentam a auto-estima. Puxo-as um bocado mais para baixo quando quero parecer mais respeitável, mas, terminado o expediente, entrego-me às minhas próprias regras de vestuário.


Saturday 23 November 2013

Delícias de um fim de tarde


Ser a primeira a chegar a casa, enroscar-me no sofá e em duas mantas com uma caneca de uma qualquer bebida quente a ler um livro no silêncio, sem televisão, sem rádio, sem vozes. Só com o mundo lá fora, ao longe, apressado, alheio a mim.
Sou um pouco fascinada por essa ideia de ser possível não haver uma única pessoa para além de mim que saiba o que estou a fazer e no que estou a pensar. Gosto da liberdade e da sensação de conhecimento único que esse pensamento me confere.

Monday 18 November 2013

Quase Natal

Este frio gélido de hoje transportou até mim um aroma tão intenso a inverno que veio aumentar os meus desejos de Natal, de reunir as famílias à volta de uma lareira ou de um aquecedor e celebrar tudo o que é importante. Tudo aquilo de que formos capazes de nos lembrarmos.

Friday 15 November 2013

Saudade

Quando se pede a um português que se pronuncie sobre o seu vocábulo preferido, é quase certo que se vai ouvir o termo saudade. É um cliché, um lugar comum, algo que muita gente sente necessidade de afirmar apenas por ser uma palavra única não encontrada em mais língua nenhuma no mundo.
Mas a verdade é que, apesar de ter uma sonoridade melodiosa, tradutora do espírito bem português do saudosismo por um tempo glorioso que foi, que esteve e que já não volta, a maioria de quem a reclama como sua preferida não pensa no seu verdadeiro significado.
O priberam diz-nos que saudade é 

1. Lembrança grata de pessoa ausente ou de alguma coisa de que alguém se vê privado.

E seria muito bonita se não tivesse a consequência: 

2. Pesar, mágoa que essa privação causa.

Sentir saudades não é um estado de espírito agradável, traz uma sensação de impotência e de dor que muito dificilmente é superada. Algumas são temporárias, é verdade, mas há outras bastante permanentes, mesmo que essa permanência não seja intermitente e, por isso mesmo, ajude a sarar, talvez só ligeiramente, com o tempo.
Hoje, mais do que nunca antes, fala-se em saudades. Saudades dos amigos que emigraram, da família que se deixou para trás, do país que se trocou em nome de uma vida melhor, de um futuro ou de um passado planeados com cuidado e deixados abandonados ao sabor do acaso. E nem por isso, ou talvez seja por isso mesmo, saudade se reveste de um sabor agradável ou de um colorido manto de significado.
Cada vez mais vejo a saudade como aquilo que não quero sentir. É mais forte do que um ódio, do que uma necessidade de vingança ou de injustiça, porque reúne-as a todas em nome do amor. Não há nenhuma palavra tão confusa como saudade.

É bom poder ter saudades. Mas senti-las dói demais.

Thursday 14 November 2013

Foi assim que me vesti (5)


Ando a redescobrir a minha paixão pelas saias e pelos calções. Gosto de combiná-los com saltos altos e com um sobretudo comprido que me tape as pernas. E um lenço. Não me pode faltar o lenço.

Tuesday 12 November 2013

Recordações


Quando andava no secundário tive como professora de francês a pessoa mais amargurada que já conheci e, penso, que alguma vez conhecerei. Uma velhota baixinha, de ideias conservadoras, que vi sorrir apenas uma vez em três anos. A cabeça oscilava-lhe involuntariamente da esquerda para a direita, sempre sem parar num ritmo de ponteiro de segundos, encerrando memórias rancorosas de uma vida de infelicidade começada, segundo se conta, no dia em que foi abandonada no altar.
Lembro-me da minha desilusão quando, já não sei a propósito de quê, lhe disse que tinha dois grandes sonhos: estudar na Sorbonne e ver uma versão de um livro meu adaptada para cinema; e ela me respondeu ao primeiro que seria praticamente impossível, de tão exigente que essa instituição é (acabei por frequentá-la durante um ano), e ao segundo que, para isso, precisava de, antes disso, ser um best-seller (em primeiro lugar falta, até, ser publicado).
Também me recordo do entusiasmo com que recebi a notícia da intenção dela de se reformar, só para voltar às aulas no ano seguinte e dar de caras com ela e com todo o desalento que tal representava.
Nunca gostei dela, pouco retirei do que me ensinou, apesar de adorar a língua francesa, pois se se teme que nos ensina, nada se aprende. Contudo, houve sempre uma parte de mim que quis voltar a vê-la, perceber se evoluiu como pessoa, se o rancor lhe escapou, permitindo-lhe viver o que lhe resta.
Acho que a vi hoje de manhã no autocarro: uma velhota embrulhada no familiar sobretudo castanho (nunca lhe vi mais nenhum), de rosto frio com uma expressão carrancuda. Prestei mais atenção e ali estava ele: o movimento tão típico de oscilação da cabeça.
Fui a viagem toda com a certeza de que era ela, igual ao que sempre fora, até que uma rapariga entrou, falou com ela e... fê-la sorrir. Para mais, não era uma rapariga de aspeto nada convencional, com o cabelo desarranjado, roupas práticas, piercing no lábio e uma tatuagem no pescoço. Exatamente o tipo de pessoa que a versão que eu conheci dela reprovaria.
Conversaram, riram e saíram juntas como se tivessem, de facto, planos.
Isso fez-me questionar se uma mulher que guardou, durante a maior parte da sua existência, todas as traições da vida e que viveu ao sabor delas, conseguiu deixar que alguém a reconquistasse e aprender, novamente, a viver dias diferentes daqueles de infelicidade pura.
Se não tiver sido ela, penso como será possível a única memória que uma pessoa guarda da sua passagem pelo mundo ser uma sequência turbilhonante de desamores, inspirados por aquele maior, aquele primeiro, que para sempre a condenou.

Ela por ela

Não escondo de ninguém que tenho um orgulho imenso em fazer bons negócios. Adoro comprar aquilo de que gosto ou de que preciso sem que, para isso, tenha de gastar tudo aquilo que tenho. Por essa razão, imponho-me sempre um limite além do qual não me permito ir, seja em roupas, sapatos, jóias, ou mesmo no que concerne a alimentação. Já disse, a propósito deste tema, que sempre que posso opto pelas marcas brancas. Como é natural algumas são melhores para determinados produtos mas não são a minha opção noutros, pelo que ando muitas vezes à procura da melhor escolha.
Para partilhar essas minhas descobertas, decidi criar esta rubrica onde indico os produtos mais baratos que são bastante semelhantes aos originais.
Começo, fielmente, com o meu amigo Continente, que me oferece uma alternativa muito mais económica aos cereais de fibra:

6,25€/KG

3,79€/KG - Se não me engano, a quantidade de fibra é superior nestes



Sunday 10 November 2013

Não melhor amiga


Tenho uma grande amiga (não uma melhor amiga, porque decidi que ia deixar-me dessa designação) com quem comecei com o pé errado. Não a descobri por mim mesma, não a desencantei algures numa das minhas atividades ou numa das instituições de ensino onde andei. Foi-me trazida pelo meu marido, na altura namorado, por ser uma parte dele. Era e ainda é a melhor amiga dele (porque a ele não o incomoda essa designação).
Depois de lidar com crises de ciúmes por parte das namoradas de um grande amigo meu, prometi a mim mesma que quando tivesse um namorado não teria ciúmes das amigas dele, porque, na verdade, isso não faz sentido nenhum. Não se esclarecermos tudo logo no ponto de partida.
Mas, quando o momento chegou, deparei-me com uma rapariga gira, interessante, inteligente e com um humor mais parecido com o dele do que o meu. E a inconsciência dos ciúmes apoderou-se de mim.
Anos mais tarde, não sei como é que evoluímos para o que temos agora: passamos os fins de semana juntos, de manhã à noite, como se fôssemos uma pequena família; compramos e cozinhamos o jantar a meias; ela vai ao frigorífico e serve-se daquilo que quer; adormecemos os três no sofá a ver um filme desinteressante ou jogamos qualquer coisa até altas horas da noite.
Uma vez mais, não me lembro de como chegámos até aqui. Tenho ideia de ter cumprido uma parte da minha promessa e de não ter feito por afastá-la, de termos conversado muito (a melhor receita para qualquer problema) e de passarmos cada vez mais tempo juntas. Sem o prever, aquela rapariga intimidadora é, agora, uma das únicas pessoas a quem mostro todos os meus lados, a quem digo tudo aquilo que penso e de quem ouço tudo, com quem partilho disparates engraçados mas, na maioria, sem a piada pretendida surtir efeito.
Custou-me imenso quando esteve emigrada do outro lado do oceano (obrigada, senhor Skype) e custar-me-á imenso, talvez ainda mais, quando voltarmos a separar-nos, mais tarde ou mais cedo. Mas algo me diz, ao contrário daquilo que ela pensa, que dificilmente iremos deixar de ter isto que existe entre nós: uma não melhor amizade.
Há quem diga que é complicado fazer amigos a partir da idade adulta. Eu afirmo que é mentira.

Santa Claus is coming to town


Ontem foi o dia de começar a armar-me em Pai Natal, a imbuir-me do espírito natalício que chegou a mim desde que o Cidade do Porto se enfeitou das costumeiras luzinhas azuis e brancas. Decidi, então, que este ano as compras de Natal vão estar todas feitas até ao final de novembro. Não vai ser fácil e antecipo, ainda, compras de última hora lá para meados de dezembro, mas o começo foi bastante produtivo. O único problema foi levar uma companhia que me arrasta para a tentação das lojas de roupa e de maquilhagem, o que atrasa largamente o serviço.
À noite, em casa, achei que nada mais se adequava ao que tinha andado a fazer do que pôr um dos meus três cds com músicas de Natal, mas fui logo cortada por duas vozes que, assertivas, declararam que ainda não era altura para isso.
Tive de limitar-me a cantarolar baixinho.

Thursday 7 November 2013

Inimigos declarados


Os piores amigos de uma mulher (para além de outras mulheres) são os fechos éclair e os collants. Os primeiros porque fazem o favor de insistir em sulcar as unhas cuidadosamente limadas, sobretudo quando não há forma de corrigir os estragos nas próximas horas. E os últimos por, de tão frágeis, não resistirem a mais do que uma vez nos pés, o que os faz aliviar o peso das carteiras.

Tuesday 5 November 2013

Bom dia!


Estou a adorar este outono.
Não me custa nada acordar (confesso que daria de bom grado mais meia hora do meu dia à cama), sabe-me bem vestir a roupa cuidadosamente escolhida na véspera, sair de casa bem cedinho, não apanhar quase trânsito nenhum, ouvir a chuva lá fora e música cá dentro (ou asmr, porque me desconcentro facilmente com letras cantadas) enquanto faço aquilo de que gosto.
Todos os dias são uma alegria. Já pareço uma criança a seguir ao Natal, quando tem uma montanha de brinquedos novos para estrear. Mas têm-me dito que sou muito efusiva com pequenas coisas da vida. E é tão bom acordar todos os dias assim!


Monday 4 November 2013

Bipolaridade materna


Na cama de hospital ao lado da do meu irmão estava uma miúda de quatro anos que já lá se tinha instalado há dois meses. Sessenta dias. Vinte e quatro horas por dia a miúda vivia numa cave, rodeada de enfermeiros, médicos, miúdos doentes ou magoados que entravam e saíam e por lá a deixavam sem grande coisa para fazer. A televisão, com quatro canais e comum para todos os miúdos internados, não oferecia um grande escape à monotonia. A mãe não estava com grande paciência para ela, não sei se desde que foram para o hospital se desde antes disso. Os brinquedos que lá tinha já tinham mau aspeto, ar de sujos. E ela por lá andava, para a frente e para trás no corredor, tratava-se e tentava adivinhar o dia em que iria embora.
Mas o mais impressionante é o motivo que pôs a miúda no hospital. Em casa, onde acontecem uma grande parte dos acidentes com as crianças, esbarrou contra a irmã que levava uma panela com água já não a ferver mas ainda quente que lhe caiu por ela abaixo. Não lhe vi o corpo, mas vi-lhe a cara, que não tinha qualquer marca, menos mal.
Ainda assim, não consigo deixar de pensar que quando for mãe sou bem capaz de ter tendência para pôr uma trela às crianças, de os fechar num parque na sala, longe de qualquer perigo, de os impedir de entrar na cozinha até aos dezoito anos e de os proibir de sair à rua pelo menos até aos vinte. É que por mais cuidados que haja, por mais medidas preventivas que se tomem, há sempre um risco, por mais pequeno que seja, que pode ser o suficiente para mudar o curso da vida.
Por outro lado penso que, para contrariar essa tendência, vou tentar ser uma mãe completamente independente, com a ideia de que só expondo as crianças aos riscos é que elas se habituam a encará-los e contorná-los, que acredita piamente que aquilo que ensinou aos filhos é o suficiente para eles conseguirem seguir em frente sempre no caminho certo.
Ou, em último caso, vou ser uma mãe bipolar e muito inconstante.

Friday 1 November 2013

Chegar a casa


No verão adoro chegar a casa, descalçar-me, calçar momentaneamente as havaianas só para fingir que não ando descalça e passear-me pela casa com os pés em contacto direto com a frescura do chão.
Quando chega o frio adoro fazer a outra versão da coisa: tirar os sapatos e enfiar os pés, de preferência tapados por umas meias daquelas grossas e bem quentinhas, nuns chinelos felpudos. Quando os meus olhos pousaram nestes, hoje, não conseguiram deixá-los lá. Dois tamanhos acima, para ter a certeza de que nada corre o risco de ficar de fora.


Thursday 31 October 2013

A igreja e o estado

http://www.publico.pt/

Esta foi uma das coisas mais engraçadas que li nos últimos tempos.
Por coincidência, passei o fim de semana passado a falar no tema de religião, das crenças e da razão pela qual a maioria das crianças que anda em colégios religiosos (como foi o meu caso) quando de lá sai acaba por, mais tarde ou mais cedo, afastar-se destes princípios, por vezes até a um ponto de rutura.

Wednesday 30 October 2013

A felicidade mora aqui


Não sei se a felicidade é um destino, um caminho ou simplesmente uma maneira de encarar a vida. Só sei que seja o que for, neste momento tenho-a ao máximo. Claro que, insatisfeita que sou, aceitava de bom grado muitas coisas que a complementariam, como uma gatinha para me fazer companhia quando chego a casa... Também sei que, mais tarde ou mais cedo, posso revisitar este meu estado de espírito eufórico e pensar mal eu sabia.
Mas prefiro não pensar nessa eventualidade. Não para já quando três dias numa só semana já chegaram para várias voltas alucinantes no carrossel louco da vida.
Tudo corre bem.

Monday 28 October 2013

A nossa nova mansão


Entrar em mudanças, numa fase de novos começos, é abrir uma porta de pequenas surpresas entusiasmantes capazes de impulsionar o mundo aos nossos pés. É o que o mantém a girar e o que nos deixa continuar a sonhar com a nova rotina, cheios de adrenalina por abandonar a antiga e encara uma realidade completamente nova, à qual ainda não sabemos agarrar-nos muito bem. E é também por isso que cada uma destas portas tem o dom de fazer tremer, um bocadinho, perante o desconhecido, o medo - ainda que ligeiro - do insucesso. Sair da zona de conforto e saltar para a frente pode manter-nos acordados até mais tarde a dar voltas e voltas à cabeça em tentativas infrutíferas de delinear um plano infalível.
É por isso que, no alpendre de uma casa cheia de portas por abrir, voltar àquilo que se conhece, cujos resultados já são conhecidos, pode ser todo o alento que nos falta. Bastou uma manhã de sol - e que sol! - no meio de tanta chuva e humidade para voltarmos os dois a jogar uma partida de ténis, ainda nada profissional, um pouco frustrante quando as bolas falham a raquete, mas muito gratificante.
Agora resta espalhar energias positivas por todo o lado para que amanhã seja, apenas e só, o início de novas fases muito muito boas.

Friday 25 October 2013

Manicure caseira

Tratar das unhas sempre me incomodou, embora adore andar com elas arranjadas. Um dos meus maiores problemas era ficar com o verniz sempre incrustado na unha, por mais acetona que usasse. O outro era, obviamente, o tempo que demora a secar, que exige de mim duas horas de mãos a abanar sem mais nada fazer. Volta e meia lá me passava, cortava as unhas rentinho e deixava-as a recuperar a tonalidade normal, sem verdes, roxos ou vermelhos para lá misturados.
Na única vez em que fui à manicure (para o casamento), a rapariga disse-me que o problema era não usar uma base ao qual o verniz se agarrasse. Não só protegia a unha como facilitava a remoção do dito. Sou pouco crente nestas teorias, mas lá cedi e encontrei na Kiko o 3 in 1 Shine: fortifying, fast dry, base coat e top coat. Basicamente serve para tudo: protege antes do verniz e, por cima dele, dá brilho e ajuda a secar mais rapidamente. Mas ajuda mesmo!
Para além disso, as unhas aguentam-se mais do que uma semana inteira (o que é bastante mais do que o que aguentavam antes) sem descascar, mesmo fazendo tudo o que se faz num dia a dia.

KIKO 3in1 SHINE + KIKO nail lacquer 348

Isto do casamento (8) - As alianças

Cheguei a ponderar alianças de ouro branco, uma vez que não gosto particularmente de ouro amarelo (tanto que até ao casamento não usava uma só peça que fosse desse material), mas percebi que aquilo de que não gosto é o brilho. Assim sendo, andámos à procura de umas alianças baças, já com ar de usadas e não novinhas em folha. É aqui que entra a exponoivos (fui à de Braga), onde fiz um grande negócio com o dono de uma ourivesaria e o par ficou por um preço mesmo muito agradável, ainda por cima tendo em conta os 900/1000€ que tínhamos andado a descobrir.
Foram oferecidas por duas das madrinhas e ajudadas a escolher pela terceira. Mandámos gravar apenas os nossos nomes próprios e a data. Desde então uso a minha sempre junto ao anel de noivado e adoro a combinação do prateado com o dourado. Mais ainda, adoro olhar para o dedo dele e ver lá a aliança, sabendo que tem o meu nome escrito por dentro.



Thursday 24 October 2013

Galochas



Estava um pouco céptica quanto à moda das galochas, que penso nem sequer ter usado quando ainda chapinhava nas poças de água. Parecem-me sempre botas de borracha de cavar na terra, completamente sem piada, que ficam demasiado mal numa toilette do dia a dia para serem elegantes. Até que comecei a pousar os olhinhos numas coloridas, longe das banais lisas, que me pareceram compor de uma maneira bastante original as vestimentas num dia de chuva.
Chegar a casa com os pés molhados das cargas de água que apanhava em cinco minutos na rua também colaborou para que procurasse um calçado mais apropriado para estes dias como o de hoje.
Foi então que descobri que o Jumbo, orgulhoso do feito do ano passado, decidiu lançar uma nova coleção de galochas. Rendi-me às evidências e fui hoje à hora de almoço a correr buscar umas que já tinha pré-selecionado. Lá estavam elas à minha espera, quase sozinhas.
Continuo um pouco céptica quanto à parca ventilação deste tipo de calçado, mas é uma experiência cujas conclusões estou cheia de vontade de averiguar.


Monday 21 October 2013

Porto stock fair

Este ano não houve feira do livro no Porto, mas não interessa, ninguém quis saber: já houve uma data delas e mais uma data haverá ainda, para compensar e ninguém ficar a perder. Até dia 27, domingo, o Palácio de Cristal volta a acolher um encontro literário com grandes descontos, quanto mais não seja para inspirar novas leituras.
Eu vou, até porque há alguns autores que pairam na minha cabeça já há algum tempo e não os quero deixar escapar.

Ou carne ou peixe


Quando era mais nova, como qualquer criança que se preze, não apreciava peixe. Penso que nem sequer os douradinhos e tenho a certeza de que muito menos os filetes de pescada me convenciam. Com a idade veio a sabedoria de conseguir apreciar o que é realmente bom, para além de doces e fritos, e não digo que não a um peixinho grelhado. Aliás, se me visse obrigada escolher uma só refeição para comer o resto da vida, ia ser muito difícil decidir-me entre o pato assado com molho de laranja ou uma posta de salmão com sal e limão.
Farta de francesinhas e de comidas pesadas, no sábado deu-me uma saudade do verão, das refeições peixeiras em Peniche e em Sesimbra à beira-mar, com o aroma intenso da água salgada. Assim, para agradar a quatro gostos, rumámos ao Diu, um restaurante caseiro junto à igreja de Cedofeita. No andar de cima, para não ver mais gente do que a que queria pagar para ver, num ambiente ao qual só retiraria a televisão ligada, comi uma senhora dose de peixe espada grelhado, acompanhado com uma montanha de legumes, entre salada mista e feijão verde com alho.
Não tendo sido o melhor peixe que comi na vida (era sábado à noite, no centro do Porto), fiquei fã. E já sei aonde me dirigir quando a saudade marítima me bater à porta.

Conforto gastronómico


No final de uma semana e antes mesmo de começar outra, na segunda feira bem cedo, nada como uma sopa acabada de fazer, num ambiente de baunilha gentilmente perfumado pela vela do Ikea oferecida pela minha irmã.


Friday 18 October 2013

Fosso de gerações


As gerações mais antigas, aquelas que têm agora entre os quarenta e os sessenta anos, gostam de empenhar o seu tempo a maldizer as gerações mais novas, desprovidas de educação e de formação, únicas responsáveis por todo o mal deste mundo.
Eu sou um membro de uma destas gerações mais recentes, destas que estão algures no meio da cronologia, sobre as quais recaem as críticas sábias dos mais velhos. Também eu sou testemunha de que num cruzamento entre novos e velhos, só os segundos se dirigem a mim não com simpatia, mas com comentários lascivos de fazer envergonhar qualquer pessoa que os ouça. Não tenho o hábito de responder. Em vez disso, olho para baixo ou para o lado e finjo que não ouço.
No entanto, há uns dias, ao chegar à passadeira cruzei-me com um senhor dos seus sessenta anos, com bom aspeto, que me falou:
- Olá, Maria.
Fiquei surpreendida, mas segui, até que voltei a ouvi-lo:
- Estás boa?
Só isto não tem problema quase nenhum, aparte tratar uma pessoa que não conhece de lado nenhum por tu. Mas foi o tom de voz, o mesmo dos trolhas que babam mal educadamente à porta de um café pelas raparigas que passam, desde que tenham rabo e pernas.
Virei-me para trás e perguntei-lhe:
- Isso era para mim? Conhece-me?
E o ar encavacado dele, apanhado e confrontado, deixou-me perceber que talvez as antigas gerações tenham ainda muito a aprender com as que tanto desdenham.

Thursday 17 October 2013

Conversas ao deitar (3)


Para contextualizar, a minha almofada é do mais baixinho que há, porque não consigo dormir com almofadas altas que me causam dores de cabeça. No entanto, a dita almofada já se queixa da idade e presenteia-me com altos e baixos. Ontem à noite, o meu marido queixou-se precisamente de ter uma almofada demasiado baixa, ao que eu respondi:
- Eu gosto muito da minha, mas está toda torta. Não gosto nada dos montes dela, mas adoro as partes baixas.

Foi o if you know what I mean mais inocente de sempre.